Expedição para ver a Lula Vampira
- Gabriella Egavalle

- 10 de abr. de 2020
- 1 min de leitura
Está de cabeça para baixo, afivelado no varal
O conto videográfico do Pirata de Mombasa.
A água rasa e transparente é a cama do seu barco
Um emblema surreal dança nas suas velas.
Tatuagens por fazer, a pele aberta à espera
Como canções de nossos amores por gravarem-se.
As tetas da Ave de Rapina estão cheias e pulsam
E de sede hoje a uníssona espinha, esse mastro, chora bem.
Assistam-me descer, por mim torcendo, enquanto
Eu entro no Abismo para ordenhar esse alento.
Na cabine, ao leme, na proa dos marujos malucos há
Fendas e dentes ainda não vistas nas campinas abertas.
Eu vos coroei os dois com todos os chapéus que pude imaginar
E recusei forjar imunologias pulmonares — Desci mais.
Com um toque muito leve as rapinas tetas já explodem
Esguicham metade delas leite branco e o resto tinta preta.
Ali abana a tela de vidro, elástico, onde passa o filme
E da torre as canções são cantadas do traseiro para a frente.
Um coquetel com as gotas doces do suor de abdómen
E o sal do mar temperado com a luz dos planktons.
Nós, os Aliados, brindamos quebrando as taças no mastro
Juntamos com as mãos os cacos e deles fazemos aparelhos.
Bebemos da mistura infranatural cujo hálito insufla bolhas
E, golfando simultâneos, vemos: aqui o Golfo Cefalópode.
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